Crossings in the Federal District / Cruzamentos no DF
- Illustration
- Ink Drawings
- Paintings
- Prints
- Projects
- reciclagem
Este projeto é uma celebração de um grupo de artistas de diferentes culturas. Interligados por colaborações ao longo da carreira de artistas que fizeram suas marcas em diferentes partes do mundo. A exposição oferece uma visão sobre o processo de colaboração e como caminhos individuais se cruzam.
David Elshout Graduado em 2001 na Academia de Artes Plásticas de Rotterdam, começou a trabalhar com vários projetos. Na década passada, trabalhou com o coletivo Antistrot, desenvolvendo projetos de colaboração com até 9 artistas em galerias, museus e festivais pela Europa, Estados Unidos, Rússia e Japão. As atividades foram uma combinação de desenvolvimento de projetos, pinturas com tinta nanquim e arte para impressões. Nesta época David desenvolveu 4 estilos variados para desenhar e pintar. Viajou pela Europa, Vietnã, Indonésia, Japão, Índia e Brasil, onde adquiriu grande conhecimento e variadas técnicas com maior estética - sensibilidade e valores culturais.
Paul Börchers formou-se na Willem De Kooning Academie em 2001 e entrou naturalmente, no mundo da arte com o coletivo Antistrot, que ele co-fundou em 1996. Seu estilo de desenho tem um toque de historia em quadrinhos vintage e os chamados “Goru”, que vem de artistas japoneses obcecados com histórias macabras e de fantasmas (Shigeru Mizuki, e outros).
Suas linhas claras formam padrões que descrevem ondas ou cabelo, e outras figuras em camadas e texturas. O sentimento de estar preso, o medo da morte e transformação são temas que Paul usa em seu trabalho. Os ataques de ansiedade que Paul costumava ter, e a forma como ele lidava com eles há uma década atrás, são ilustrados em seu livro gráfico, “Flying Mau Cat”, que se uniram, dando uma virada em sua vida pessoal.
A preferência de Paul para a pintura é com nanquim e guache / Frescolithe. Imperfeições adicionam charme e personalidade a um desenho, no mundo, por vezes esmagadora de modelos.
Eru & Emu Arizono / HAMADARAKA significado; "Algo que é muito benéfico" para os outros.
Nós desenhamos, pintamos, fazemos bonecos e objetos para criar arte. Nós sempre criamos as nossas expressões artísticas em conjunto e simultaneamente. Nossas peças são criadas por amostragem, utilizando os nossos cinco sentidos, para captar os seres e ambientes que somos capazes de perceber. Coisas como: sonhos, calor, umidade, textura, ícones na nossa memória, ou a ressonância de vozes.
Usando esses exemplos que desenhamos, "Um paraíso criado para ultrapassar as fronteiras entre o tempo e os seres mágicos não existentes" ou "um mundo entre aqui e a utopia". "HAMADARAKA" é uma palavra escolhida para transmitir a maneira e mediar entre as pessoas, uma coisa benéfica e bonita. Como uma criança que foi utilizada para se comunicar não só com palavras, mas com desenhos.
Isto também é referido como idioglossia (sons sem sentido emitidos por um bebê), mas para nós é também um meio de compartilhar o nosso mundo e se conectar com pessoas provenientes de diversas origens. A nossa experiência de desenhar ou pintar é um meio efetivo de se comunicar com as pessoas, baseada numa plataforma plana e igual. O primeiro encontro com Paul e David foi há dez anos atrás. Nós fomos convidadas a participar de seu projeto ANTISTROT em Roterdã. Nós nos reunimos em NY, Holanda e Tóquio para muitos projetos de arte. E é sempre cheio de surpresas e definitivamente excitante.
A primeira razão de querermos experimentar o Brasil é porque em nossas peças de arte, onde se desenham: "Um paraíso criado para ultrapassar as fronteiras entre tempo e os seres mágicos não existentes", há sempre uma imagem existente de "Um iceberg na floresta tropical". E, para criarmos dentro do ritmo, ruído, calor e textura do ar, em um país que detém a maior floresta tropical do mundo, este, é um objetivo extremamente importante para nós.
E também é uma oportunidade fabulosa para nós apresentarmos ao público, uma nova mistura de linha do tempo. Uma visão do paraíso criada por um irmã gêmea de origem japonesa, respirando o ar poderoso do Brasil. Nós gostaríamos de apresentar a mistura de energia no Brasil, onde o tradicional que origina o povo brasileiro é tudo tão vibrante e colorido com o nosso "paraíso".
Miguel Molina,Nascido no Distrito Federal, é um artista auto-didata com forte ligação com a arte desde a infância.Criado próximo à natureza em uma família de músicos, teve contato desde cedo com diferentes atividades criativas e espirituais, sempre apresentando aptidão diferenciada ao desenhar. Durante a adolescência teve contato com o movimento do Graffiti através de artistas locais, mudando assim sua perspectiva de possibilidades imagéticas.Desde então se dedica em desenvolver murais urbanos com as mais diferentes dimensões, conceitos e técnicas, sendo eles colaborativos e individuais.
Seu trabalho transita não só no meio da Arte Urbana ,sendo um artista multimídia com atuação também na pintura tradicional, pintura corporal,ilustração e tatuagem. Desenvolvendo uma estética elaborada, com originalidade e traço distinto, focado na pintura da figura, elabora personagens variados que exibem um amplo leque de estilos. A anatomia humana é moldada e distorcida para atender às diferentes propostas, do grotesco ao belo,sempre com uma forte paleta de cores. Muitas de suas obras carregam uma crítica social implícita, ácida,em sua poética caem-se as máscaras e são expostos vícios e tabus sociais, desnudos em sinceridade pictórica, somos confrontados com uma face humana não encontrada em comerciais ou propagandas, escusa do
meio público, porém intrínseca às relações do homem.
Nossa história começa em 1999, quando um amigo, Johan Kleinjan, estava em um projeto de intercâmbio em Tóquio e conheceu as artistas gêmeas Eru & Emu Arizono. Juntamente com David Elshout e Paul Borchers, eram parte de uma grande grupo de pessoas. Tornou-se claro que todos estavam compartilhando uma ideologia de um humor particular e um ângulo de alguma forma dadaísta na arte. Com até 9 pessoas envolvidas no processo, o ataque se juntou e teve uma nova reviravolta, eles se referem como "saturação completa". Porque as imagens são entrelaçadas, seu valor simbólico se funde em uma narrativa que muda. Nenhuma imagem ou idéia é deixada em si mesma. Em vez disso o todo é saturado pela associação.
Entre 1999 e 2004 todos nós começamos a ter contato por e-mail, fazendo colaborações em nossas revistas. A partir de 2004, começamos a trabalhar juntos na vida real. Em lugares como Rotterdam, New York City, e em Tóquio no final de 2009, após o coletivo Antistrot absolviu.
Após a última apresentação em Tóquio, houve mais um projeto em Bushwick NYC, em 2010. David e Paul encontraram uma nova inspiração e decidiram viajar. David conheceu culturas locais indígenas da América do Norte e do Sul, enquanto Paul se mudou para a Austrália explorando novos territórios em Melbourne e Brisbane, colaborou com os produtores de impressão e artistas extravagantes de performances variadas.
Por volta de 2010 David teve uma conversa em Roterdã com um organizador local e curador, com conexões artísticas no Brasil. Falaram sobre a ideia desse projeto, unir 4 cidades portuárias costeiras em 4 fases. A partir de Rotterdam a São Petersburgo e de Tóquio para São Paulo.
Em 2012 ele conseguiu fazer parte desta primeira fase, com um festival em São Petersburgo, sobre tipografia, tinta nanquim, métodos de impressão, master classes sobre Dutch Design, e professores de masterclass da Holanda, Bélgica e do Brasil também.
Paul voltou para o Japão em 2013 para executar e colaborar mais uma vez com Eru e Emu Arizono e passou um tempo em uma ilha de gatos perto de Fukuoka, no sul do Japão, desenhando gatos. Foi também a primeira vez que ele colaborou com Yuko Hazama, um músico de Tóquio.
No mesmo ano, David começou a passar mais tempo no Brasil. Pela primeira vez em São Paulo ele conheceu alguns artistas graffiti, e através deles Miguel Molina, em Brasília. Miguel mostrou e explicou os lados menos conhecidos e estabelecidos da cultura visual local. E através dele, David entendeu as camadas mais profundas desconhecidas da cultura Visual no Brasil. Continuando sobre os aspectos da caligrafia que tinha aprendido em São Petersburgo, ele incorporou suas idéias em sua peça "A pixação em São Paulo" para uma exposição de Spirou.
Em 2015, David passou um mês em uma aldeia indígena, na região do Alto Xingu, Mato Grosso. Fazendo uma série de desenhos para sua exposição "Uma impressão do Parque do Xingu".
Neste ano, Paul tinha acabado de lançar seu terceiro álbum YobKiss, desta vez em total colaboração com Yuko Hazama, e estava trabalhando em uma vitrine deste trabalho incorporando um de vídeo dele próprio usando nanquim e água. As peças de roupa foram feitas por Eru e Emu. Eles realizaram essas peças no Japão e Países Baixos no Festival Todays Art.
E a nossa história termina aqui com esta exposição colaborativa em Brasília no ano de 2016.
Thay da região Alto Xingu, conheceu David
Elshout através de um amiga mútua, e convidou-o a experimentar a vida tradicional na aldeia. Por um troca, David propôs-lhe ensinar pintar com tinta Nanquim. Habilidoso, ele mostrou um progresso rápido, e agora está começando a fazer seus primeiros trabalhos por encomenda. Ele tem o desejo de continuar a documentar sua cultura tradicional, e ele combina isso com um grande interesse em futebol da Europa e a elementos de Cultura Hip Hop.